Hans (Jean) Arp relatara que o descobrimento do vocábulo dada(ou dadá) se dera por Tristan Tzara, em 6 de Fevereiro de 1916, às seis da tarde e que estava presente com os seus doze filhos, quando Tzara pronunciou pela primeira vez essa palavra. Por sua vez, Huelsenbeck declarara que ele e Hugo Ball (que abrira o Cabaret Voltaire) a encontraram por acaso, quando introduziram, também ao acaso, uma faca num dicionário de alemão-francês, quando estavam à procura de um pseudónimo para a nova estrela do café. Ball dizia simplesmente queTzara estava preocupado com a revista e que a sua proposta de lhe chamar dada fora aceite; que dada significava, em romeno "sim, sim" , em francês, um cavalo de báscula e, em alemão, era um signo de absurda ingenuidade.
O que é certo, é que esse jovem poeta fugido da Roménia, Samuel Rosenstock, mais conhecido pelo seu pseudónimo, Tristan Tzara, será um dos fundadores e principais teóricos do movimento Dada. São da sua autoria os principais manifestos da «revolução dada», levada a cabo, primeiro, em Zurique e, posteriormente, em Paris. Nesses manifestos, encontramos, provavelmente, os mais importantes contributos poéticos de Tzara. Em finais de 1929 abandonará a atitude avassaladora Dada em prol de um surrealismo eminentemente político. Alia-se à Resistência francesa e ao Partido Comunista durante a II Grande Guerra, e torna-se cidadão francês em 1947. Em 1956 abandona o comunismo, em sinal de protesto contra acções perpetradas pelo regime estalinista que invade a Hungria. Morre em Paris, no dia 25 de Dezembro de 1963.
Cá vos deixo um wordshake à dadaísta receitado por Tzara.
PARA FAZER UM POEMA DADAÍSTA
Pegue num jornal.
Pegue numa tesoura.
Escolha no jornal um artigo com o comprimento que pretende dar ao seu poema.
Recorte o artigo.
Em seguida, recorte cuidadosamente as palavras que compõem o artigo e coloque-as num saco.
Agite suavemente.
Depois, retire os recortes uns a seguir aos outros.
Transcreva-os escrupulosamente pela ordem que eles saíram do saco.
O poema parecer-se-á consigo.
E você será um escritor infinitamente original, de uma encantadora sensibilidade, ainda que incompreendido pelas pessoas vulgares.
Tristan Tzara
PARA FAZER UM POEMA DADAÍSTA
Pegue num jornal.
Pegue numa tesoura.
Escolha no jornal um artigo com o comprimento que pretende dar ao seu poema.
Recorte o artigo.
Em seguida, recorte cuidadosamente as palavras que compõem o artigo e coloque-as num saco.
Agite suavemente.
Depois, retire os recortes uns a seguir aos outros.
Transcreva-os escrupulosamente pela ordem que eles saíram do saco.
O poema parecer-se-á consigo.
E você será um escritor infinitamente original, de uma encantadora sensibilidade, ainda que incompreendido pelas pessoas vulgares.
Tristan Tzara
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